- westernishimura
- novembro 22, 2023
- 11:14 am
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A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica que tem como principal característica a inflamação das articulações, popularmente conhecidas como juntas. No geral, acomete mais mulheres do que homens e inicia-se entre 30 e 40 anos, mas qualquer pessoa com qualquer idade pode desenvolver a patologia.
Ela também é uma condição autoimune, onde o sistema imunológico, que tem a função de defender o corpo de infecções, passa a atacar o próprio organismo. No caso da AR, o ataque acomete o tecido que envolve as articulações, chamado de sinóvia.
Quando o tratamento adequado não é realizado, a artrite reumatoide pode levar à destruição das juntas, causando deformidades e limitações físicas. Por isso, o tratamento correto é essencial para prevenir as sequelas e melhorar a qualidade de vida de quem tem a doença.
Diagnóstico
O diagnóstico da artrite reumatoide é baseado no histórico e nos sintomas do paciente, além de um exame físico realizado pelo médico. Assim como o nome já sugere, o reumatologista é o profissional mais indicado para identificar e tratar a enfermidade.
O quadro clínico mais visto nos consultórios é composto por artrite nos dois lados do corpo, principalmente nas mãos, nos punhos e pés, que vai evoluindo para articulações maiores e mais centrais, como cotovelos, ombros, tornozelos, joelhos e quadris.
Apesar de não existir um exame laboratorial ou de imagem que de fato aponte a doença, há algumas opções que podem ser úteis no processo de diagnóstico, como radiografia, ultrassonografia e/ou ressonância das articulações acometidas, além de exames que indicam a atividade inflamatória, o fator reumatoide e o anticorpo anti peptídeos citrulinados cíclicos (anti-CCP).
No que diz respeito à hereditariedade, pessoas com história de artrite reumatoide na família possuem maior risco de desenvolver a doença, no entanto, isso não significa que obrigatoriamente irão desenvolver o quadro.
Principais sintomas
Por conta das inflamações, os principais sintomas da artrite reumatoide manifestam-se por meio de dor, inchaço, vermelhidão, calor e dificuldade de movimento, principalmente nas mãos, nos punhos e nos pés.
Entre outros indícios da doença, estão:
- Rigidez matinal que diminui durante o dia;
- Fadiga (cansaço);
- Febre baixa;
- Incapacidade de realizar atividades comuns do dia a dia;
- Deformidades, como em pescoço de cisne e botoeira, desvio ulnar e hálux valgo (joanete);
Embora a AR seja mais conhecida por atingir as articulações, ela também pode inflamar outras áreas quando se encontra em um estágio mais avançado. Alguns deles são: ossos, vasos, pulmões, cartilagens, olhos, coração, coluna cervical, tendões, ligamentos, músculos e sistema nervoso. Por isso, também é preciso atentar-se para além das juntas.
Quais as causas?
Entre os diversos fatores que colaboram para o aparecimento da artrite reumatoide, a tendência genética é o principal deles e considera-se que alguns genes podem interagir com outras causas da patologia.
No entanto, também já sabemos que alguns pacientes com a doença não apresentam tais genes e que a presença deles não significa necessariamente que a AR irá se desenvolver na pessoa.
O tabagismo também está entre as causas da artrite reumatoide, fazendo com que os indivíduos que fumam (e até mesmo os fumantes passivos) tenham grande risco de desenvolver a doença.
Há ainda uma relação com fatores hormonais, o que justifica o aparecimento três vezes maior entre as mulheres, além de uma melhora clínica no período de gestação.
A exposição ambiental, como os poluentes do tipo sílica, também podem predispor a artrite reumatoide. Outras possíveis causas estão ligadas a vírus, bactérias e infecções periodontais, mas tais hipóteses ainda precisam de mais pesquisas para serem confirmadas.
Tratamento medicamentoso
Por se tratar de uma condição autoimune inflamatória crônica, os medicamentos da classe dos imunossupressores são a principal medida utilizada no tratamento da artrite reumatoide, mas outras opções farmacológicas e terapêuticas também são empregadas.
Os imunossupressores, também conhecidos como medicamentos antirreumáticos modificadores e controladores da doença, têm a função de regular o sistema imunológico. Assim, é possível diminuir a autoimunidade exagerada causada pela AR e, consequentemente, reduzir a inflamação e seus efeitos nas juntas e outros órgãos.
Hoje, sabe-se que, quanto antes iniciado o uso desses medicamentos específicos, maior e melhor é a resposta, principalmente na prevenção de sequelas. No entanto, mesmo começando o tratamento a qualquer momento, é possível melhorar significativamente a inflamação e, portanto, a qualidade de vida do paciente.
Os analgésicos e os anti-inflamatórios também costumam aparecer com frequência no tratamento da artrite reumatoide com o objetivo de controlar as dores e a inflamação.
Quando falamos de uma doença crônica, o acompanhamento contínuo com um reumatologista se faz extremamente necessário, já que é preciso manter o tratamento por tempo prolongado, mesmo após um possível controle da AR.
Tratamento terapêutico
Tanto as terapias convencionais quanto as alternativas são constantemente procuradas pelos pacientes como um complemento do tratamento da artrite reumatoide. Algumas delas são: fisioterapia, dieta, meditação, terapia ocupacional, acupuntura, quiropraxia e homeopatia.
Independentemente do tipo de terapia, é sempre fundamental consultar o especialista que já acompanha o caso para que ele possa orientar o paciente antes do início de qualquer atividade. Além disso, os medicamentos nunca devem ser suspensos sem orientação médica, pois podem causar um agravamento da doença.
Para quem se identifica com essa união entre tratamentos convencionais e terapias complementares, a medicina integrativa pode ser uma grande aliada nos cuidados com a artrite reumatoide. Nela, não só os aspectos físicos são levados em consideração, como também os mentais, emocionais e espirituais de cada paciente.
A medicina integrativa possui uma visão de cuidado que vai além do tratamento de doenças isoladas, considerando a pessoa como um todo e estimulando a busca da prevenção, autocuidado e adoção de hábitos saudáveis, aspectos tão essenciais para quem tem artrite reumatoide.
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